sábado, 28 de novembro de 2009

Teu nome


E ela veio com nome de mulher, sem pedir licença nem perdão...
Desligou as luzes que havia em minha casa, sentou-se no meu sofá e tomou conta do meu controle remoto, apossou-se do meu lar, apossou-se da minha vida.

Passou a deitar-se comigo, e na cama, antes de dormir, apossava-se do meu corpo e de minha alma, ali erámos apenas um...

Passei a pensar nela com uma frequência pertubadora, não conseguia me concentrar, estudar, trabalhar... meus pensamentos a ela pertenciam e em poucos momentos ela me deixava sozinho.

Adquiriu uma mania de pular nas minhas costas e se agarrar ao meu corpo com as mãos vendando meus olhos e seu cheiro me confundindo a mente, e por mais que eu a pedisse, ela não largava, até que por pura exaustão, por já não suportar mais seu peso, tombava no chão, para me reerguer novamente quando minhas energias estivessem restauradas.

Acabamos e voltamos várias vezes, por várias vezes ela me deixou e veio atrás, uma relação conturbada, ela simplesmente sumia de vista, deixava vestigios, que com uma boa conversa com meu amigo Tempo logo eles eram extintos.

Ela odeia minha prima Alegria e é inimiga declarada do meu irmão, o Amor, e nessa pálida relação de dor sem beleza, eu anuncio teu nome: Tristeza.

(Pablo Fonseca)

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