sábado, 28 de novembro de 2009

Olhe sempre as coisas de cima...


Engraçado seria se tivéssemos um hélicoptero para ver os caminhos que traçamos na vida, uma visão mais ampla, uma visão superior...
Iríamos gargalhar dos atalhos para se chegar até certos destinos e dos desvios das avenidas dos problemas, dos sinais vermelhos que nos aparecem e dos engarrafamentos que atrasam nossa vida gastando o nosso precioso tempo.

Iríamos ver quantas ruas erradas já pegamos, quantos becos sem saída, e quantos buracos encontramos nos percursos. Onde derrapamos, onde deixamos marcas de pneu, e onde sofremos os piores acidentes...

Vizualizaríamos acontecimentos interessantes, quando nossos caminhos se juntam aos caminhos dos amigos e a medida que a estrada vai ficando mais rápida, os caminhos se separam, alguns permanecem, já outros, nunca voltam...

Poderíamos traçar nossas rotas, pegar um caminho mais tranquilo, ou para aqueles que gostam de emoção, dirigir em uma estrada vazia com toda velocidade possível, sem se preocupar com responsabilidades, apenas com a gostosa sensação de velocidade...

Chegaríamos até um ponto de referência confuso, a alameda do coração, onde ruas aparecem, desaparecem, possuem retorno, não possuem nome, está em construção, é terra desocupada, ocupada por sem-terras, juntam-se com outros caminhos, separam-se, sobem e descem ladeiras, vários acidentes ali por perto... algumas pessoas atropeladas as quais você nunca prestou sorroco, enxergaria as luzes da rua das paixões que mudam de cor com frequência e, finalmente enxerga a grande placa do AMOR, que ao passar do tempo, você só consegue ler ROMA em seu espelho...

Veríamos quantas voltas em torno do mesmo lugar nos damos, às vezes até já conhecíamos o caminho certo a se tomar, mas a teimosia insistia em pegar aquele velho caminho, onde seu carro sempre quebra, onde você enxergar a placa "Em Obra, Favor Pegar O Desvio."

Espiaríamos as ruas escuras do medo, lugares nunca explorados antes, o medo e o mistério do beco do desconhecido, mas você sempre soube que curiosidade demais matou o gato, mas a tentação de andar por aquelas bandas é quase que irresistível

Você iria se ver, dirigindo sozinho, por muitas vezes, esperando que alguém lhe cortasse a luz, buzinasse, a sensação de liberdade, do vento contra o rosto, o cheiro do verde, da gasolina, o ronco do motor... sensações boas, mas na longa viagem da vida, ninguém quer sentir tais sensações sozinho para sempre, uma hora você vai precisar da bateria de outro carro para o seu continuar, até chegar a um ponto para uma revisão, ou se a bateria do companheiro for forte o suficiente, você terá energia para toda uma vida.

Veríamos nossos ferro-velhos, carros e motos, peças trocadas, deixadas para trás, coisas esquecidas, para serem aproveitadas por alguém, recicladas em nossas mentes para virarem algo novo e útil...

Mas há sempre aqueles que não conseguem se libertar de suas velhas coisas, ou preferem colecionar coisas antigas, não aceitam o novo, talvez por se acharem incapazes ou estão apenas acomodados com a situação que pode não estar boa, mas não irá piorar, talvez seja ruim, mas é segura.

Pena que na auto escola da vida só nos ensinam a olhar para trás, para frente e raramente para os lados, mas nunca olhar de cima.

(Pablo Fonseca)

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