domingo, 22 de novembro de 2009

Enquanto isso, no Reino das Estações...


Muito antigamente, quandos reis e rainhas faleciam, eles partiam para uma camada muito superior a exosfera, e de lá, como astros reencarnados, podiam observar seus filhos gorvernarem aquele reino que uma vez fora sua responsabilidade.

Logo após a morte da Rainha Lua, o Rei Sol, desconsolado, decidiu que estava na hora de acabar com sua vida, para assim encontrar com sua amada nas camadas superiores. Mas antes disso, Nossa Majestade precisava escolher um dos seus quatro filhos para herdar seu trono, o Trono do Reino das Estações.

O bondoso rei exigiu uma conversa com cada um de seus filhos, em particular, para ajuda-lo em sua difícil escolha. Primeiro, veio seu filho mais novo, radiante como sempre, seu corpo sempre quente e molhado de suor, como que seu dia fosse mais longo e sua jornada de trabalho maior, vestindo sua coroa em chamas ele se apresenta: - Amado pai, aqui estou eu, o príncipe Verão.
Verão prometeu ao seu pai que em seu reinado faria o homem trabalhar mais cedo, e estenderia o brilho do sol para que o homem pudesse ver a beleza do mundo, mas que também seria um rei justo, iria retribuir aqueles que trabalharam duro durante o ano com reconfortantes férias.

O próximo a se apresentar foi o príncipe outono, para alguns outono trazia um aspecto de morte, com suas roupas sempre com cores fúnebres, quase sempre de um laranja ou amarelo bufento,
todavia, havia aqueles que afirmavam que ele era sinônimo de renovação, outono nunca se deu bem com seu irmão, o príncipe Inverno, sempre que inverno adentrava tarde no palácio, outono
derramava seu saco de folhas velhas para os guardas ficarem atentos e alertarem-se da chegada de inverno. Outono basicamente prometeu ao seu pai uma era de renovações, botando aqueles que já estão maduros no chão, para servirem de algo ou se transformarem em exemplo, fonte de energia e sabedoria para os jovens, dando-os uma chance de sonhar com um futuro promissor.

E eis que entra o Príncipe Inverno, com um olhar gélido ao seu co-sanguíneo que abandonava o salão real, inverno se apresenta com suas vestes azuis e brancas, Inverno era temido no castelo,
sempre castigava aqueles que atravessassem seu caminho, sem nenhuma gota de piedade, com a cara fechada, semblante sério e frio, inverno jura perante seu pai que irá punir todas as almas no reino das estações, sem piedade e com um tratamento igual para todos, sejam da nobreza ou sejam camponeses, ao sair de suas casas, todos seriam vistos com a vista grossa de Inverno. Inverno tinha o coração gelado, totalmente desprovido de emoções mas sempre se derretia quando via ela passar, com perfume de rosas, sua irmã mais nova: Primavera...

Primavera poderia se tornar a rainha mais bela que já existiu na história do Reino das Estações, sempre cheirosa e bonita, Primavera exalava bondade, cultivava flores, alimentava desde pequenas abelhas a herbívoros de grande porte, ajudando como em uma cadeia a alimentar, até o mais terrível dos carnívoros. a princesa não tinha um temperamento nem tão fervoroso nem tão
frio, era o perfeito equilíbrio entre seus irmãos Verão e Inverno, mas Primavera, mesmo com todas suas qualidades era desprezada pelo povoado do reino, simplesmente por ser mulher, cultivar o belo e a harmonia. As más Linguas afirmavam que o Reino das Estações seria visto como frágil, sendo governado por uma Rainha tão pacífica como a princesa Primavera.

Depois da morte da Rainha Lua, O velho Rei Sol que odiava a solidão, envolveu-se com duas amantes, e para não haver tanto apego e enciumar o astro da Rainha Lua, dormia parte do tempo com uma e o resto com a outra. Para não haver tanta intimidade, as chamou de Dia e Noite. Dia era sua imagem e semelhança, sempre elevando seu ego e seu caráter. Porém, o rei ao mesmo tempo se via fascinado por Noite, ele se deliciava por sua rebeldia, por ser tão contrária as opiniões dele e ao mesmo tempo parecer que completava seu ciclo...

Logo, o Rei Sol pediu as opiniões de Dia e Noite sobre seus filhos. Dia dizia que o Príncipe Verão e a Princesa Primavera a faziam trabalhar demais, já Noite reclamava o mesmo, mas suas reclamações eram voltadas para os tão diferentes Outono e Inverno.

Com opiniões tão divergentes o Rei Sol ficou confuso, queria fazer com que todo o reino ficasse contente com o seu sucessor, mas ele sabia que as opiniões iriam divergir, assim com as opiniões de suas amantes. Depois de bom período de reflexão, O rei sabendo da disputa que geraria entre seus herdeiros, buscou um velho mago, chamado Tempo, o já tão antigo Tempo encantou os filhos do rei, os condenando ao eterno renascer. E assim, nossa alteza partiu em direção ao seu único filho que teria a coragem e a frieza de tirar sua vida sem qualquer ressentimento, Logo, Inverno apunhalou seu pai no coração sendo o responsável por sua travessia para as camadas superiores, e Inverno Reinou.

Mas Primavera suspeitava de seu cruel irmão e depois de uma fervorosa discurção e sem conseguir se defender diante de tamanha beleza, Inverno Pereceu aos pés de Primavera, Que Reinou por pouco tempo, pois o povo se derretia aos discursos de seu irmão Verão, e assim em uma revolta popular, Puseram Fogo em Primavera, atitude que resultou no quente Reinado de Verão.

Verão, após bom tempo de Reinado, teve uma morte súbita. Talvez por muito esforço no trabalho, e assim o trono real ficou para o irmão mais velho de todos, o calmo Outono.

Assim que Outono vestiu sua coroa, ele pressentia que algo se contorcia sob a terra, e pelo farfalhar de seu velho sacos de folhas, ele sabia, que como nos velhos tempos, suas folhas anunciavam a chegada de Inverno. Ele havia voltado a vida, e assim o ciclo infinito continuava, um após outro, por assassinatos ou apenas se desfalecendo por morte natural os reinos de Primavera, Verão, Outono e Inverno se alternavam.

Este fora o último pedido do rei ao mago Tempo, que seu reino fosse governado dessa forma até o fim da vida de Dia e Noite, e quando elas forem extintas da terra, quando os olhos do homem não puderem mais destinguir quem é Dia e quem é Noite, quando os homens deitarem-se mais com uma do que com outra, então os homens é que irão gerar os próximos reis do seu reino.

E mesmo nos dias de hoje, de certa forma, mesmo que no pequeno porém confuso Reino dos Sentimentos, os 4 irmãos ainda governam, pois há partes de sentimentos que são Fervorsas como o Verão, calmas como o Outono, frias como o Inverno e lindas como a Primavera.

(Pablo Fonseca)

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